domingo, 31 de julho de 2011

O Silencio e as Palavras


























Há algumas coisas que são  lindas demais para serem descritas por palavras.  É necessário admirá-las em silêncio para apreciá-las em toda a sua plenitude. As grandes falas servem, freqüentemente, para confundir ou doutrinar. Às vezes, o silêncio é mais esclarecedor que um fluxo de palavras. Olhe para uma mãe diante do seu filho no berço. Ele consegue muito bem tudo o que quer sem dizer nenhuma palavra. Na realidade, as palavras devem ser a embalagem dos pensamentos. Não adianta fazer longos discursos para expressar os sentimentos de seu coração. Um olhar diz muito mais que um jorro de palavras. Creio que, em sua grande  sabedoria, a natureza nos deu apenas uma língua e dois ouvidos para escutarmos mais e falarmos menos. Se as palavras não são mais bonitas do que o silêncio, então é preferível não dizer nada. Quanto mais o coração é grande e generoso menos úteis são as palavras. É necessário lembrar do provérbio dos filósofos: as verdadeiras palavras não são sempre bonitas e as palavras bonitas nem sempre são verdades. As grandes mentes fazem com que, em poucas palavras, muitas coisas sejam ouvidas. As mentes pequenas acham que têm, pelo contrário, a concessão para falar e não dizer nada. Poucas palavras são necessárias para expressar “eu gosto de você.” Portanto, todas as outras que poderiam ser ditas são supérfluas... e não são palavras curtas e fáceis de serem ditas. São aquelas que causam as maiores conseqüências. São necessários apenas dois anos para que o ser humano aprenda a falar e toda uma vida para que ele aprenda a ficar em silêncio. Ser comedido com as palavras é uma prova de profunda sabedoria. Saber ouvir também.

Texte et création Florian Bernard