quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um bonito conto de Paulo Coelho




Um homem, o seu cavalo e o seu cão iam por um caminho. 
Quando passavam perto de uma árvore enorme, caiu um raio  e os  três morreram fulminados. Mas o homem não se deu conta de que já tinha abandonado este mundo, e prosseguiu o seu caminho com os seus dois animais (às vezes os mortos andam um certo tempo antes de tomarem consciência da sua nova condição…) O caminho era muito comprido e, colina acima, o Sol estava muito intenso; eles estavam suados e sedentos.  Numa curva do caminho viram um magnífico portal de mármore, que conduzia a uma praça pavimentada com portais de ouro. O caminhante dirigiu-se ao homem que guardava a entrada e travou com ele, o seguinte diálogo: Bons dias.
Bons dias – Respondeu o guardião.  Como se chama este lugar tão bonito?
Aqui é o céu. Que bom termos chegado ao Céu, porque estamos sedentos!
Você pode entrar e beber quanta água queira. E o guardião apontou a fonte.
Mas o meu cavalo e o meu cão também têm sede...
Sinto muito – disse o guardião – mas aqui não é permitida a entrada de animais. O homem levantou-se com grande desgosto, visto que tinha muitíssima sede, mas não pensava em beber sozinho.
Agradeceu ao guardião e seguiu adiante.
Depois de caminhar um bom pedaço de tempo encosta acima, já exaustos os três, chegaram a um outro sítio, cuja entrada estava assinalada por uma porta velha que dava para um caminho de terra ladeado por árvores... À sombra de uma das árvores estava deitado um homem, com a cabeça tapada por um chapéu. Dormia, provavelmente. Bons dias – disse o caminhante. O homem respondeu com um aceno.
Temos muita sede, o meu cavalo, o meu cão e eu. Há uma fonte no meio daquelas rochas – disse o homem apontando o lugar. Podeis beber toda a água que quiserdes.
O homem, o cavalo e o cão foram até à fonte e mataram a sua sede.
O caminhante voltou atrás, para agradecer ao homem. Podeis voltar sempre que quiserdes respondeu este. A propósito, como se chama este lugar? – perguntou o caminhante. CÉU. O Céu? Mas, o guardião do portão de mármore disse-me que ali é que era o Céu! Ali não é o Céu, é o inferno – contradisse o guardião.
O caminhante ficou perplexo. Deverias proibir que utilizem o vosso nome!                                     Essa informação falsa deve provocar grandes confusões! advertiu o caminhante. De modo nenhum! – respondeu o guardião – na realidade, fazem-nos um grande favor, porque ficam ali  todos os que são capazes de abandonar os seus melhores amigos… 

Jamais abandones os teus verdadeiros Amigos, ainda que isso te traga inconvenientes pessoais.
Se eles se vêem a dar o seu amor e companhia, ficas em dívida para com eles:
“Nunca os abandones”.

Homilía




O Senhor esteja convosco.
 Ele está no meio de nós.
 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
 Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 
20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste. 
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um:23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste. 
26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

Liturgia Diária



Estamos diante da continuação do discurso da Ceia e Jesus está intercedendo por todos, tanto por Seus discípulos quanto por aqueles que, mais tarde, acreditariam na Sua mensagem.
Jesus intercede num mundo onde pessoas se afundam na lama do vício e do pecado, em meio ao desespero e tentando levantar a mão pedindo socorro, angustiadas. Jesus intercede onde esposos se agridem, caminhando para a separação e o divórcio. Ele intercede onde pais são maltratados por seus filhos e onde os filhos são torturados por seus próprios pais. Que tristeza!
O Filho de Deus intercede onde a unidade desejada por Ele e por Seu Pai é ferida pelo maior escândalo no mundo, que consiste na divisão entre pobres e ricos.
Os ricos apropriam-se dos meios que sustentam a vida e relegam os pobres à privação e à morte. Grandes barreiras e muros são construídos excluindo e eliminando os povos empobrecidos. O que dizer? Estamos diante de um quadro de terrível violência, vingança e ódio no mundo em que vivemos.
Mas, graças a Deus, este não é o nosso fim. Aquele que – desde o início – pensou em nós, está atento a tudo e Ele mesmo decidiu vir até nós para nos consagrar na unidade. Embora vivendo ainda no mundo, Jesus atrai-nos para as realidades do Céu: “Pai, quero que, onde eu estiver, aqueles que me deste estejam comigo a fim de que vejam a minha natureza divina”.
Ele reza por nós a Deus, Seu Pai, e por isso também nosso Pai, para que Ele nos guarde na unidade e – uma vez assim guardados – sejamos um no amor, o que significa unidade no gozo da vida de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Pai, fazei-me continuador da missão de Jesus, que consiste em manter a unidade da Sua Igreja, para que – embora vivendo ainda no mundo – possamos saborear já aqui na terra aquilo que seremos no Céu. Amém.