terça-feira, 29 de junho de 2010

Orações

Oração a São Pedro


“Oh, São Pedro, pedra viva da igreja fundada por Jesus Cristo, vós que fostes chamado pelo Senhor para ser pescador de homens e mulheres. Vós que dissestes: ‘Senhor, a quem iremos? Pois só Tu tens palavras de vida eterna’, vinde em meu auxílio com vossa intercessão junto a Deus, dando-me coragem para seguir vosso exemplo de amor fiel a Cristo e anunciar a boa nova na família, na comunidade, no trabalho e em toda parte. Oh, São Pedro, vós que fizestes a mais bela declaração de amor: ‘Senhor, Tu sabes que eu Te amo’, ensinai-me hoje, o caminho da justiça para que eu tenha saúde e paz e alcance a Graça que Vos peço.  Amém.”

Homenagem à Paulo

Paulo começou, na sinagoga de Damasco, a dar testemunho de sua fé recém-encontrada. O tema de sua mensagem concernente a Jesus era: “Este é o Filho de Deus”. Mas Paulo tinha de aprender amargas lições antes que pudesse apresentar-se como líder cristão confiável e eficiente. Descobriu que as pessoas não se esquecem com facilidade; os erros do homem podem persegui-lo por um longo tempo, mesmo depois que ele os tenha abandonado. Muitos dos discípulos suspeitavam de Paulo, e seus ex-companheiros de perseguições o odiavam. Ele pregou por breve tempo em Damasco, foi-se para a Arábia e depois voltou para Damasco.
A segunda tentativa de Paulo de pregar em Damasco igualmente não teve bom resultado. Um ano ou dois haviam decorrido desde a sua conversão, mas os judeus se lembravam de como ele havia desertado de sua primeira missão em Damasco. O ódio contra ele inflamou-se de novo e “deliberaram entre si tirar-lhe a vida”. A dramática história da fuga de Paulo por sobre a muralha, num cesto, tem prendido a imaginação de muitos.
Os dias de preparação de Paulo não estavam terminados. O relato que ele faz aos gálatas continua, dizendo: “Decorridos três anos, então subi a Jerusalém.  Ali ele encontrou a mesma hostil recepção que teve em Damasco. Uma vez mais foi obrigado a fugir.
Paulo desapareceu por alguns anos. Esses anos que ele passou escondido deram-lhe convicções amadurecidas e estatura espiritual de que ele necessitaria em seu ministério.
Em Antioquia, os gentios estavam sendo convertidos a Cristo. A Igreja em Jerusalém teve de decidir como cuidar desses novos crentes. Foi então que Barnabé se lembrou de Paulo e se dirigiu a Tarso à sua procura. Barnabé já tinha sido instrumento na apresentação de Paulo em Jerusalém, num esforço por afastar suspeita contra ele.
A esses dois homens foi confiada a tarefa de levar socorro à Judéia onde os seguidores de Jesus estavam passando fome. Quando Barnabé e Paulo voltaram a Antioquia, missão cumprida, trouxeram consigo o jovem João, apelidado Marcos, sobrinho de Barnabé .

As Viagens Missionárias:

A jovem e florescente igreja de Antioquia resolve enviar a Barnabé e a Paulo como missionários. O primeiro porto de escala na primeira viagem missionária foi Salamina, na ilha de Chipre, terra natal de Barnabé. Este fato, juntamente com a freqüente apresentação que a Bíblia faz desses missionários como “Barnabé e Saulo” indica que Paulo desempenhava papel secundário. Esta era a viagem de Barnabé; Paulo exercia o segundo posto de comando, e os dois tinham “João [Marcos] como auxiliar”.
O êxito de seus esforços missionários nessa ilha incentivaram Paulo e seus parceiros a avançar para território mais difícil. Fizeram uma viagem mais longa por mar, desta vez até Perge, já em terras continentais da Ásia Menor. Dali Paulo pretendia viajar pelo interior numa missão perigosa até à Antioquia da Pisídia.
Mas, exatamente neste ponto, aconteceu algo que causou muita dor de cabeça aos três. O ajudante, João Marcos, “apartando-se deles, voltou para Jerusalém”, onde morava. A Bíblia não nos diz por quê, embora seja natural conjeturar que lhe faltaram coragem e confiança. A súbita mudança dos planos de Marcos causaria, mais tarde, conflito entre Paulo e Barnabé.
Em Antioquia, Paulo tomou-se o porta-voz e criou-se um padrão conhecido de todos. Alguns criam em sua mensagem e se regozijavam; outros a rejeitavam e provocavam oposição. Aconteceu pela primeira vez em Antioquia, depois em Icônio. Em Listra ele foi apedrejado e dado por morto, mas sobreviveu e pôde prosseguir até à cidade de Derbe.
A visita de Paulo e Barnabé a Derbe completou a sua primeira viagem. Logo Paulo resolveu percorrer de novo a difícil rota sobre a qual ele tinha vindo, a fim de fortalecer, encorajar e organizar os grupos cristãos que ele e Barnabé haviam estabelecido.
Nisto discernimos o plano de Paulo de estabelecer congregações nas principais cidades do Império. Ele não deixava seus convertidos desorganizados e sem liderança capaz, mas, pelo mesmo motivo, não permanecia muito tempo num só lugar.
Os judeus muitas vezes faziam convertidos entre os gentios, mas estes eram mantidos numa posição de “segunda classe”. A não ser que estivessem preparados para submeter-se à circuncisão e aceitar a interpretação da Lei segundo os fariseus, eles permaneciam à margem da congregação judaica. Mesmo que chegassem a esse ponto, o fato de não terem nascido judeus ainda os barrava de usufruir completa comunhão.
Assim, qual seria a relação dos convertidos gentios com a comunidade cristã? Paulo e Barnabé viajaram a Jerusalém a fim de conferenciar com os dirigentes ali a respeito desse problema fundamental.
Em Jerusalém, Paulo expôs as suas convicções e saiu vencedor. A descrição da controvérsia que o próprio Paulo apresenta aos gálatas declara que lhe estenderam “a destra de comunhão” e igualmente a Barnabé. Os dirigentes da igreja concordaram em que “nós fôssemos para os gentios”.
Após a conferência de Jerusalém, Paulo e Barnabé “demoraram-se em Antioquia, ensinando e pregando,.. . a palavra do Senhor”. Aqui, dois incidentes causaram severas tensões às relações de trabalho de Paulo com Pedro e Barnabé.
O primeiro desses incidentes surgiu dos mesmos problemas que provocaram a conferência de Jerusalém. A conferência havia liberado os gentios do regulamento judaico da circuncisão. Contudo, não havia decidido se os cristãos de origem judaica poderiam comer com os convertidos gentios. Pedro tomou posição ao lado de Paulo nessa praxe, o que envolvia relaxar os regulamentos dos judeus com vistas a alimentos. Na realidade, Pedro deu o exemplo comendo com gentios. Mais tarde, porém, ele “afastou-se e, por fim, veio a apartar-se”, e Barnabé se deixou levar “pela dissimulação deles”.
Paulo, considerando esses atos como nova ameaça à sua missão entre os gentios, recorreu a uma medida drástica. “Resisti-lhe [a Pedro] face a face, porque se tornara repreensível”. Ele fez isso “na presença de todos”. Em outras palavras, ele recorreu à censura pública.
Esse incidente ajuda-nos a entender o segundo, que Lucas registra em Atos 15:36-40. Barnabé desejava que o jovem Marcos os acompanhasse na segunda viagem missionária; Paulo opôs-se à idéia. E a narrativa diz que “houve entre eles tal desavença que vieram a separar-se”.
Não sabemos se Paulo e Barnabé voltaram a encontrar-se. Eles concordaram em discordar” e empreenderam viagens, cada um para seu lado. Sem dúvida o evangelho foi desse modo promovido mais do que se tivessem permanecido juntos.
Então “Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu. . . E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas”. Depois de nova visita a Derbe, o último ponto visitado na primeira viagem, Paulo e seu grupo prosseguiram até Listra para ver seus convertidos nesta cidade. Aqui Paulo encontrou um jovem cristão chamado Timóteo, e viu nele um substituto potencial para Marcos.
O que aconteceu aqui redimiu Paulo de qualquer acusação de não se mostrar disposto a depositar confiança em homens mais moços do que ele, dirigiu-se ao jovem Timóteo “verdadeiro filho”, e na segunda epístola fala dele como “amado filho”. Na segunda epístola lemos também: “pela recordação que guardo da tua fé, a mesma que primeiramente habitou em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti”. Esta referência pode significar que a família de Timóteo fora ganha para Cristo por Paulo e Barnabé na sua primeira viagem. Por certo, quando Paulo voltou, ele quis que Timóteo “fosse em sua companhia”. Este mesmo versículo acrescenta que Paulo “circuncidou-o por causa dos judeus”. Era esta atitude coerente com o julgamento anterior de Paulo sobre Pedro? Ou se devia ao fato de ter ele aprendido a não criar problemas desnecessários? De qualquer modo, uma vez que Timóteo era meio-judeu, esta decisão evitaria problemas muitas vezes. Paulo sabia como lutar por um principio e como ceder por conveniência quando não estava em jogo nenhum princípio. Paulo sustentava que a circuncisão não era necessária à salvação (cf. Gálatas), mas estava pronto para circuncidar um judeu cristão como uma questão de conveniência.
Quando o grupo de evangelistas (dirigido de algum modo não especificado pelo Espírito Santo —  chegou a Trôade e se pôs a contemplar o outro lado da estreita península, deve ter ponderado sobre a perspectiva de avançar sua campanha ao continente europeu. A decisão foi tomada quando “à noite, sobreveio a Paulo uma visão, na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos”. A resposta de Paulo foi imediata. O grupo navegou para a Europa. Muitos escritores têm sugerido que esse “varão macedônio” pode ter sido o médico Lucas. De qualquer maneira, parece que neste ponto ele entrou no drama de viagem, porque agora ele começa a referir-se aos missionários como “nós”.
A viagem continuou ao longo da grande estrada romana que corre para o Ocidente através das principais cidades da Macedônia — desde Filipos até Tessalônica, e de Tessalônica a Beréia. Durante três semanas, Paulo falou na sinagoga de Tessalônica; depois foi para Atenas, centro da erudição grega, e cidade onde dominava a idolatria. Incansável, ele partiu para Corinto.
Sua primeira e grande missão no mundo gentio estendeu-se por quase três anos. Depois ele voltou a Antioquia.
Após uma curta permanência em Antioquia, Paulo partiu em sua terceira viagem missionária no ano 52 d.C. Desta vez suas primeiras paradas foram na Galácia e na Frígia. Depois de visitar as igrejas em Derbe, Listra, Icônio e Antioquia, ele resolveu fazer algum trabalho missionário intensivo em Éfeso, a capital da província romana da Ásia. Estrategicamente localizada para comércio, era superada somente por Roma, Alexandria e Antioquia em tamanho e importância. Como resultado dos trabalhos de Paulo ali, ela tornou-se a terceira mais importante cidade na história do Cristianismo primitivo — Jerusalém, Antioquia, depois Éfeso.
Paulo chegou a Éfeso para empreender o que provou ser as mais extensas e exitosas de suas atividades missionárias em qualquer localidade. Mas esses anos lhe foram estrênuos. Visto que ele sustentava a si próprio trabalhando em sua profissão, seus dias eram longos. Seguindo o costume dos trabalhadores de um clima tão quente, ele levantava-se antes de raiar o dia e começava a trabalhar. As horas da tarde ele as empregava no ensino e pregação, e é provável que também as horas vespertinas. Isto ele fez “diariamente” durante “dois anos”. Em sua própria descrição desses trabalhos, Paulo acrescenta que ele não só ensinava em público, mas “também de casa em casa”. Teve êxito — muito bom êxito. Somos informados de “milagres extraordinários”. Ocorridos durante esses dias agitados em Éfeso. A nova fé causou tal impacto sobre a cidade que “muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos”. Isso suscitou o ódio dos adoradores pagãos, temerosos de que os cristãos solapassem a influência de sua religião.
Depois de três invernos em Éfeso, Paulo passou o seguinte em Corinto, em concordância com a promessa e a esperança expressas. Ali Paulo fez outros preparativos para uma visita a Roma. Escreveu uma carta, dizendo aos cristãos de Roma: “Muito desejo ver-vos, . . . muitas vezes me propus ir ter convosco”, e “penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha”.
Paulo ignorou as advertências sobre os perigos que o ameaçavam se ele aparecesse de novo em Jerusalém. Ele achava que era decisivo voltar em pessoa, como portador da oferta das congregações gentias. Ele estava “pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém, pelo nome do Senhor Jesus”. De modo que Paulo foi de novo a Jerusalém, e Lucas escreve que “os irmãos nos receberam com alegria”. Mas espreitando nas sombras estava uma comissão de recepção com intenções diferentes.



O Mundo do Novo Testamento

Homenagem a São Pedro



São Pedro – 29 de junho


.Pedro é outro santo que nasceu com nome diferente. Chamava-se Simão, ou Simeão. Nascido em um vilarejo pagão na Galiléia, levou a vida como pescador na cidade de Carfanaum, até que, junto com seu irmão André, foi convocado por João Evangelista para fazer parte do grupo mais próximo de seguidores de Jesus Cristo.

Simão era um dos apóstolos preferidos de Cristo, que admirava sua liderança firme e lhe deu o nome de Pedro (Petrus), que significa pedra, rocha. Justificando isso, Jesus teria dito: "És Pedro! E sobre esta rocha construirei minha Igreja".

Dizem que Pedro viveu muitos anos após a morte de Jesus Cristo, dedicando sua vida à pregação das palavras de seu mestre pelo Império Romano, tanto na Palestina quanto em Antióquia. Por esse motivo e por sua proximidade com Cristo, ele é considerado fundador da Igreja Católica Romana. Contam algumas versões que Pedro foi executado em Roma quando tinha 64 anos.



Porteiro do céu




O povo vê São Pedro como o "porteiro do céu", o manda-chuva e o padroeiro dos pescadores. A presença dele na tradição oral portuguesa e brasileira é constante. Quando começa a trovejar, as crianças sempre ouvem dizer que "é a barriga de São Pedro que está roncando" ou que "São Pedro está mudando os móveis do céu de lugar". E, quando chove mesmo, "é São Pedro que está lavando o chão do céu".

Na Bahia e em comunidades pesqueiras do Ceará, São Pedro é comemorado em alto-mar, com uma procissão em meio às ondas. No cortejo em frágeis jangadas artesanais, os fiéis pedem proteção aos céus. A imagem do santo, que também é pescador, é colocada em um andor e vai navegando pelo litoral. Depois do cortejo, os pescadores participam de uma missa campal na beira da praia.

Pedro 1, 2



1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo:
2 Graça e paz vos sejam multiplicadas no pleno conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor;
3 visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude;
4 pelas quais ele nos tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.
5 E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
6 e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade,
7 e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor.
8 Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.
10 Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.
11 Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
12 Pelo que estarei sempre pronto para vos lembrar estas coisas, ainda que as saibais, e estejais confirmados na verdade que já está convosco.
13 E tendo por justo, enquanto ainda estou neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações,
14 sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, assim como nosso Senhor Jesus Cristo já mo revelou.
15 Mas procurarei diligentemente que também em toda ocasião depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas.
16 Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade.
17 Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando pela Glória Magnífica lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo;
18 e essa voz, dirigida do céu, ouvimo-la nós mesmos, estando com ele no monte santo.
19 E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações;
20 sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.

 
 
1 Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
2 E muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade;
3 também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita.
4 Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo;
5 se não poupou ao mundo antigo, embora preservasse a Noé, pregador da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;
6 se, reduzindo a cinza as cidades de Sodoma e Gomorra, condenou-as à destruição, havendo-as posto para exemplo aos que vivessem impiamente;
7 e se livrou ao justo Ló, atribulado pela vida dissoluta daqueles perversos
8 (porque este justo, habitando entre eles, por ver e ouvir, afligia todos os dias a sua alma justa com as injustas obras deles);
9 também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados;
10 especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas concupiscências, e desprezam toda autoridade. Atrevidos, arrogantes, não receiam blasfemar das dignidades,
11 enquanto que os anjos, embora maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.
12 Mas estes, como criaturas irracionais, por natureza feitas para serem presas e mortas, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção,
13 recebendo a paga da sua injustiça; pois que tais homens têm prazer em deleites à luz do dia; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em suas dissimulações, quando se banqueteiam convosco;
14 tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição;
15 os quais, deixando o caminho direito, desviaram-se, tendo seguido o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça,
16 mas que foi repreendido pela sua própria transgressão: um mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta.
17 Estes são fontes sem água, névoas levadas por uma tempestade, para os quais está reservado o negrume das trevas.
18 Porque, falando palavras arrogantes de vaidade, nas concupiscências da carne engodam com dissoluções aqueles que mal estão escapando aos que vivem no erro;
19 prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção; porque de quem um homem é vencido, do mesmo é feito escravo.
20 Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo pleno conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficam de novo envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior que o primeiro.
21 Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado.
22 Deste modo sobreveio-lhes o que diz este provérbio verdadeiro; Volta o cão ao seu vômito, e a porca lavada volta a revolver-se no lamaçal.


Segunda carta de Pedro


1 Amados, já é esta a segunda carta que vos escrevo; em ambas as quais desperto com admoestações o vosso ânimo sincero;
2 para que vos lembreis das palavras que dantes foram ditas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, dado mediante os vossos apóstolos;
3 sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências,
4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5 Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste;
6 pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água;
7 mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.
8 Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade,
12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.
14 Pelo que, amados, como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente que por ele sejais achados imaculados e irrepreensível em paz;
15 e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
16 como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.
17 Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;
18 antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade.

Pedro 1, 1-25


1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.
2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4 para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós,
5 que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;
6 na qual exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados por várias provações,
7 para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;
8 a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo inefável e cheio de glória,
9 alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.
10 Desta salvação inquiririam e indagaram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que para vós era destinada,
11 indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.
12 Aos quais foi revelado que não para si mesmos, mas para vós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos bem desejam atentar.
13 Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo.
14 Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância;
15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento;
16 porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo.
17 E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação,
18 sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais,
19 mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo,
20 o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós,
21 que por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.
22 Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva ao amor fraternal não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos outros,
23 tendo renascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece.
24 Porque: Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;
25 mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que vos foi evangelizada.

Hebreus 12, 1-29

1 Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta,
2 fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.
3 Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas.
4 Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado;
5 e já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido;
6 pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho.
7 É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?
8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos.
9 Além disto, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e os olhávamos com respeito; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, e viveremos?
10 Pois aqueles por pouco tempo nos corrigiam como bem lhes parecia, mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
11 Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, porém de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados.
12 Portanto levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes,
13 e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie, antes seja curado.
14 Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
15 tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem;
16 e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura.
17 Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou diligentemente com lágrimas.
18 Pois não tendes chegado ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade,
19 e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram rogaram que não se lhes falasse mais;
20 porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte, será apedrejado.
21 E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo aterrorizado e trêmulo.
22 Mas tendes chegado ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a miríades de anjos;
23 à universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados;
24 e a Jesus, o mediador de um novo pacto, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.
25 Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que sobre a terra os advertia, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte lá dos céus;
26 a voz do qual abalou então a terra; mas agora tem ele prometido, dizendo: Ainda uma vez hei de abalar não só a terra, mas também o céu.
27 Ora, esta palavra-Ainda uma vez-significa a remoção das coisas abaláveis, como coisas criadas, para que permaneçam as coisas inabaláveis.
28 Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor;
29 pois o nosso Deus é um fogo consumidor.