sexta-feira, 8 de julho de 2011

ELE esteja em você







Fique sozinho,
sem mais ninguém no seu coração,
que nenhuma criatura
se interponha entre seus olhares.
Fique em adoração tão profunda
que nada posa alterar sua atenção,
que nem aflições nem gozos
quebrem este abandono ...
Fique em silêncio perante o Senhor,
desapareça você
e que só ELE esteja em você.

Salmos 37








“Em silêncio, abandona-te ao Senhor Põe tua esperança Nele.”
 (Salmo 37, 7)

Quantas vezes perdoarei a meu irmão



“Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Eis uma dessas palavras de Jesus que mais devem atingir a vossa inteligência e falar mais alto ao vosso coração.
Comparai essas palavras de misericórdia com as da oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que Jesus dá aos seus discípulos, e encontrais sempre o mesmo pensamento. Jesus, o justo por excelência, responde a Pedro: Perdoarás, mas sem limites; perdoarás cada ofensa, ainda que a ofensa te seja feita frequentemente; ensinarás aos teus irmãos esse esquecimento de si mesmo que os torna invulneráveis contra o ataque, os maus procedimentos e as injúrias; serás brando e humilde de coração, não medindo jamais a tua mansuetudade; farás, enfim, o que desejas que o Pai Celestial faça por ti; não tem ele que te perdoar frequentemente, e conta o número de vezes que seu perdão desce para apagar tuas faltas?

Escutai, pois, essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos; perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos mesmo de vosso amor. Daí, porque o Senhor vos restituirá; perdoai, porque o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, porque o Senhor vos elevará; humilhai-vos, porque o Senhor vos fará sentar à sua direita.
Aquele que entrou neste caminho dele não deve se afastar mesmo pelo pensamento, que Deus conhece. Fazei, pois, que eles estejam despojados de todo sentimento de rancor; Deus sabe o que permanece no fundo do coração de cada um. Feliz, pois, aquele que pode cada noite adormecer dizendo: Nada tenho contra meu próximo.”

 Evangelho Segundo o Espiritismo  Allan Kardec.


Bem e mal sofrer





Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence”, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta.
Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.
O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: “Fui o mais forte.”
Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. — 
Lacordaire. (Havre, 1863.)
 (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 18.)