sábado, 17 de julho de 2010

Romanos, 4

Que diremos de Abraão, nosso Pai segundo a carne? Que terá ele conseguido?
Pois, se Abraão se tornou justo em virtude das obras, ele tem de que se gloriar… mas não aos olhos de Deus!
Com efeito, que diz a Escritura? “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi levado em conta como justiça”.
Ora, para quem faz determinada obra, o salário não é contado como um presente, mas como coisa devida; ao contrário, quem, sem fazer obras, crê naquele que torna justo o ímpio, a sua fé é levada em conta como justiça.
É assim que Davi declara feliz o homem a quem Deus atribui a justiça independentemente das obras:
“Felizes aqueles cujas transgressões foram perdoadas e cujos pecados foram cobertos;  feliz o homem cujo pecado o Senhor não leva em conta”.
Essa declaração de felicidade diz respeito só aos circuncisos ou também aos incircuncisos? Pois dizemos: “Para Abraão a fé foi levada em conta como justiça”.
Em que circunstâncias se deu isso: para Abraão circuncidado ou não? Não quando já estava circuncidado, mas quando era ainda incircunciso.
E ele recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça que possuía, pela fé, quando ainda incircunciso. Assim, tornou-se pai de todos os crentes incircuncisos, aos quais foi conferida a justiça;  tornou-se pai, também, daqueles circuncisos que, além de circuncidados fisicamente, seguem as pegadas da fé do nosso pai Abraão quando ainda incircunciso.
Não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem pela fé, que Deus prometeu a Abraão ou à sua descendência ser herdeiro no mundo.
Portanto, se forem herdeiros os que se contentam com a Lei, a fé é esvaziada e a promessa fica sem efeito.
Pois a Lei produz a ira: onde não há lei, também não há transgressão.
Por conseguinte, é em virtude da fé que se dá a herança como dom gratuito; assim, a promessa continua firme para toda a descendência: não só para os que se firmam na Lei, mas para todos os que, acima de tudo, se firmam na fé, como Abraão, que é o pai de todos nós.
Pois é assim que está escrito: “Eu te constituí pai de muitos povos”. Pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e chama à existência o que antes não existia.
Esperando contra toda esperança, ele firmou-se na fé e, assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será tua posteridade”.
Não fraquejou na fé, à vista de seu físico desvigorado por sua idade, quase centenária, ou considerando o útero de Sara já incapaz de conceber.
Diante da promessa divina, não vacilou por falta de fé, porém, revigorando-se na fé, deu glória a Deus: estava plenamente convencido de que Deus tem poder para cumprir o que prometeu.
Esta sua disposição foi levada em conta como justiça para ele.
Afirmando que “foi levada em conta para ele”, a Escritura visa não só a Abraão, mas também a nós: a fé será levada em conta † como justiça para nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor, entregue por causa de nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação.

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